segunda-feira, 20 de junho de 2011

A vida dos índios da Amazónia.

Abrigado atrás das brasas ardentes das suas fogueiras , no recinto de terra nua da sua clareira, a aldeia surge então como uma frágil angra de paz no coração de um mundo opaco e inquietante. É preciso ter visto à luz do luar as poucas palhotas baixas cercadas a toda a volta pelo muro negro das altas árvores percorridas por sussurro estranho para compreender até que ponto estes dois universos se opõem e determinam no primitivo. Empanturrado de Chile e de guisado de tartaruga com mandioca, ainda atordoado pelo metralhar de perguntas de risos e de exclamações que momentos antes terminaram os viajantes estendidos na sua rede deixa-se envolver pela doçura das noites tropicais depois de cada qual se ter recolhido à sua cabana. Pouco a pouco o silêncio desce sobre a aldeia entre cortado de sussurro do vago murmúrio que é a única indicação de que o sono não invadiu ainda a intimidade dos abrigos. Menos nítido mas mais constante o ruído da floresta  recorda que ali muito perto uma outra forma de vida continua que os animais diurnos se anicham nos seus refúgios para deixar o terreno livre aos jaguar, aos morcegos e aos vagabundos da noite.

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