quinta-feira, 2 de junho de 2011

A infância de uma loba.


Era uma vez uma loba que vive numa área do norte da América. Entretanto, vejamos como vive a loba o seu dia a dia longe dos caçadores. A loba vive no meio do mato mas coitada já não se pode movimentar muito pois está quase a dar à luz a sua ninhada anual geralmente algumas fêmeas são fecundadas no  Outono ou mesmo no início do  Verão, o que desloca sensivelmente os nascimentos relativos à«norma» específica. Dizer do lobão que vem ao mundo que«vê a luz do dia» é neste caso uma expressão imprópria, pois mantém-se completamente cego durante os seis primeiros dias de existência. Tal como os irmãos e as irmãs, com os quais se enovela na toca arranjada pela mãe, não passa então de uma bolinha escura e gemedouro, que apenas quer mamar. Mas o leite que absorve gulosa-mente é rico em proteínas e em gordura, como o leite de todos os carnívoros. Assim o pequenito duplica de peso uma semana e depois, enquanto os olhos se abrem para a luz, as mandíbulas guarnecem-se com a dentição de leite, que só pelos seis meses será definitivamente substituída. O primeiro espectáculo que se lhe oferece é o dos outros lobos e sobretudo, o da mãe afectou sempre presente e disponível para alimentar os pequenitos,  cujo ávido despotismo ela suporta pacientemente. Em contrapartida, o pai é mantido afastado da toca durante as primeiras semanas que se segue o parto. O seu instinto de insaciável predador poderia levá-lo a confundir a progenitora com qualquer carne tenra e a fêmea não o ignora. Portanto, arreganha ferozmente os dentes assim que o lobo tenta se aproximar.

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