quinta-feira, 16 de junho de 2011

A agulha e a linha.


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:- Por que está você com esse ar, todo cheio de si, todo enrolado, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?-Deixe-me, senhora. QUE o deixe?que o deixe porquê. Porque lhe digo que está com um ar insuportável. Respeito que sim e falarei sempre que me der na cabeça. Que cabeça senhora a senhora não é alfinete, é agulha e agulha não tem cabeça, que importa o meu ar. Cada qual tem o ar que  Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. Mas você é orgulhoso decerto que sou mas porquê? É boa porque coso então os vestidos e os efeitos da nossa ama quem é que os cose senão eu. Você esta agora é melhor você é que os cose. Ignora que quem cose sou eu. Você fura o pano nada mais eu é que cose prendo um pedaço ao outro dou feição aos babados. Sim mas que vale isso eu é que furo o pano vou adiante puxando por você que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando  Também os batedores vão adiante do imperador você imperador? Não digo isso, mas a verdade é que você faz papel de  subalterno indo adiante vai só mostrando o caminho vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo eu é que prendo. Tiveram nisto a tarde toda até que chegou a costureira que tinha ido a casa da baronesa tirar as medidas.  Chegou pegou na agulha e enfiou a linha . Nisto dizia a agulha então senhora linha ainda teima no que dizia há pouco não repara que esta distinta costureira só se importa comigo pois eu é que ando aqui a furar o pano e a puxar pela senhora.

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